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sábado, 1 de maio de 2010

Chato pra Car@#$$¨%&



Eu tenho um pára-raios a postos para atrair gente chata.
Se houver um chato num raio de 10 km, escreve: ele vai se aproximar de mim a fim de me irritar: Fato.
Quando é um chato conhecido, digo desses que a gente é obrigada a conviver por serem da família, ou colegas de trabalho ou afins, vá lá. O problema é quando o chato é totalmente desconhecido, não se sabe nem de onde saiu, e mira na pessoa aqui. O tiro é sempre certeiro.
E o curioso, é que o chato jamais percebe que está chateando. Você pode tentar fazer a maior cara de #$@ do mundo, porque o cidadão não vai perceber, desista.
Pode também tentar ser irônico, debochado, dar indiretas: Esqueça: ele não vai entender.
A probabilidade de se encontrar um individuo desses quando se está em lugares públicos e sozinha é sempre maior. Eis que normalmente utilizo meu carro para as idas e vindas cotidianas. Trabalho, dar carona para a mãe, fazer mercado, pegar a filha na escola etc.
Mas há mais ou menos 15 dias, estou tendo o PRAZER de usar o transporte coletivo, pois meu marido precisou viajar com meu carro. O problema é que trabalho em outra cidade, então os horários ficam extremamente limitados. É um sobe e desce de ônibus, que presumo não estar muito distante o dia que pegarei o ônibus errado e vou parar sabe-se Deus onde.
Na ultima sexta-feira, precisei pegar minha filha na aula de ginástica e meu humor já era incrível aquela altura.
Era sexta, eu estava morta de cansada, já havia tomado 3 ônibus naquele dia, e estava prestes a ter de entrar no ultimo a caminho de casa. Coisa básica: Um trajeto que levo 10 min de carro o ônibus faz em 45, mas beleza... vamos em frente.
Chegando ao ponto de onibus: tchanam... o chato me descobriu. A chata para ser mais exata. Ela parecia estar a minha espera, pois foi eu botar o pé na calçada e ela veio em minha direção com a abordagem nonsense:
-Tá esperando o Boqueirão?
-Não senhora. (respondi com cara de c@#$$)
-Ta esperando o Moinhos de Vento?
-Não senhora. (sobrancelhas arqueadas tentando afugentá-la)
-Ta esperando qual então?
-O primeiro que vier eu entro sua infeliz (era o que ela teria lido se a vida tivesse legenda).
-O Igara , respondi monossilabicamente.
-Mas o Igara já passou!
- Vou esperar o próximo (enquanto lembrei de uma comunidade que participo: Quer conversar vai na Hebe!)

Lembrei também de uma frase que meu pai sempre diz: - Minha filha, o chato quando está com tosse não vai ao médico, vai ao cinema!
E então nos próximos 5 minutos (tempo em que demorou para que a GRALHA pegasse o seu ônibus), ela me relatou um apanhado rico em detalhes de sua vida.
Falou da insatisfação com a Patroa, sobre estar pensando em largar o emprego pois nunca consegue sair no horário em que deveria. Contou que já estava atrasada para ir ao baile em outra cidade e que a esta altura já teria perdido a carona, pois a vizinha não ia esperá-la. (nem eu esperaria). Passou pela vida do filho, do emprego da patroa que sempre atrasa e não deixa comida para o filho...bla bla bla bla bla....
Ela falou ininterruptamente e sem respirar por 5 min. Eu não tive tempo de emitir um som sequer e isso claro, para ela não fez a menor diferença. Afinal, ela não queria ouvir, queria falar. E tinha de ser para mim, claro!
Eis que vi uma luz no fim do túnel, da rua, e era o ônibus dela.
Ela  toda feliz gritou: -Jesus me ouviu!!!
- Não senhora, Jesus ME ouviu.
Ela obviamente, não ouviu.
A partir de então, não foi tão cruel esperar mais 20 min. pelo meu ônibus. No silencio, todo fardo é menos pesado.
Então tá.


Um comentário:

  1. excelente! é assim mesmo que acontece... e não se sinta sozinha nessa, eu tb sou para-raio de chato... rs

    ;)
    Mayra

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