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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Faxinando



Sempre me espantei com a quantidade de objetos inúteis que vamos acumulando pela vida.
E o espanto começa pela observação de mim mesma - me incluo fácil nesse rol. A única coisa que ainda me redime, é que vez em quando baixa a Zefa e faço uma limpeza geral.
O problema é que são tantas coisas inúteis, de tantos subtipos diferentes, que um dia é pouco para dar conta de tudo. (Prova é, que isso até já rendeu outro post há tempos atrás).
Mas eu precisava começar pelo guarda-roupa. De novo.
Ele gritava por mim há tempos, pedindo pelo amor de Deus, para ser esvaziado. Eu fingia que não ouvia, e saia à passo.
Até que semana passada o grande dia chegou, e eu resolvi dar ouvidos as suplicas do Sr. Roupeiro.
Resultado da Faxina Adiada: Uma mala enorme e mais uma sacola imensa de roupas que estavam ali ocupando um precioso espaço que poderia estar sendo muito mais otimizado.
Doei tudo, e sei que quem recebeu fará bom uso.
Não eram roupas inusaveis, elas simplesmente já tinham cumprido seu papel para comigo, e precisavam ser libertas. E eu mais do que ninguém precisava me ver livre delas.
Fiquei tão aliviada com a sensação de organização e “leveza” de meu ser depois desse episódio, que já estão no cronograma das próximas faxinas armário dos sapatos, gaveta das bijus, e por aí vai.
O engraçado desses processos de “faxina” é a impressão de estarmos olhando uma fotografia antiga de nós mesmos. Praticamente a evolução da espécie.
O tempo teria mesmo de ser benevolente e não nos presenciar apenas com rugas e flacidez, mas com um pingo de bom senso e uma pitada extra de bom gosto. A cereja do bolo do passar do tempo, é que vamos nos tornando mais seletivos. Menos quantidade, mais qualidade. Acho que isso se aplica a tudo, inclusive no modo de se vestir.
Simplesmente porque a praticidade passa a ser um atrativo a ser conquistado. Pra mim ao menos, tem funcionado desta forma.
Mas aí a pessoa abre uma das portas (dos desesperados) do roupeiro, e encontra 326565124582385456621456 bolsas. Elas me pareciam parentes distantes a quem há muito não revia.
Confesso que alguns, eu preferia mesmo permanecer há uma distancia segura. Mas então a pessoa se dá conta de que não tem por exemplo uma mala grande para viajar. Então não seria mais inteligente, ter 326565124582385456621456 bolsas a menos, e uma mala a mais? Sim, seria. Se eu não fosse mulher é claro.
Sei que esse “bota-fora” todo serviu (além de eu descobrir que preciso urgentemente de uma mala), para limpar energias paradas, mas que num futuro não muito distante, novos objetos ocuparão este espaço e um dia se tornarão também visitas indesejáveis.
E então, novas faxinas virão. E novos “EUs” serão descobertos no caminho. Os que eu fui, o que sou e os que serei e os que precisarei dar um destino mais digno do que as profundezas do roupeiro.
Como as bonequinhas russas que vão quebrando as camadas externas, e revelando seu interior.
Suponho então que a vida - assim como os armários - necessite mesmo, de tempos em tempos, de uma boa faxina.
Nem que seja, para a gente arranjar mais espaço para novas aquisições femininas super (des)necessárias.

Então tá.

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