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terça-feira, 8 de junho de 2010

Pela Estrada a fora





Pela estrada a fora estava eu dirigindo com o digníssimo do lado. Entendam o digníssimo com toda a ironia que lhe cabe, pois a situação pede.
Acontece que tem que ser muito mulher pra dirigir com um homem do lado, não é? Não importa quem ele seja, ele sempre se sentirá anos luz melhor motorista que você.
Pois bem, pela necessidade da circunstância (que não vem ao caso), eu precisei dirigir boa parte da viagem.
A estrada era basicamente linha reta e pouquíssimo transito.
Eis que estava eu, fazendo o Roberto Carlos, a 120km/h, e há uma distancia bem considerável um carro a minha frente, que suponho devia estar a mais ou menos a mesma velocidade que eu.
Até este momento o digníssimo estava entretido com alguma coisa eletro-eletronica. Mas foi avistar o carro da frente e ele não pôde resistir:
-Pisa.
-Oi?
-PISA, disse ele..
-Onde?
-Acelera Vany!
-Mas eu estou a 120km/h!!
-Sim, mas ultrapassa!
-Pra que?
-Porque ELE está na tua frente? (o ELE soava como uma presa a ser capturada)
-E daí?????
-E daí que quando tem um carro na frente a gente ultrapassa.
-Quem disse?
-Todo mundo sabe...
-Eu não sei.
-É, mas é assim... quando tem alguém na frente a gente ultrapassa.
-Mas pq? Eu vou me tornar uma pessoa melhor se ultrapassar aquele carro, que está a léguas de distancia de mim?
-Uma pessoa melhor não, uma motorista melhor.
-Onde está escrito isso? Novo código brasileiro de transito??
-Não, no CCMDLM: Código de Conduta das Motoristas que Dirigem ao Lado do Marido.
-Mas no Código de Conduta das Motoristas que Dirigem ao Lado do Marido, também deve constar que maridos com a carteira SUSPENSA não deveriam opinar na forma como a Digníssima dirige não? (ops, eu disse que não vinha ao caso)

O assunto acabou. A viagem seguiu, e digníssimo Roberto adormeceu...

E foi então que eu mesmo reduzindo para 100km/h ultrapassei o tal carro, em condições bastante favoráveis: Enquanto ele parava no acostamento para tomar a direção da mulher.

Roberto despertou, mas ultra-passagem há muito já havia ficado para trás.


Então tá.

4 comentários:

  1. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    Eu, como consciente perigo no trânsito, parei de dirigir pouco após tirar minha carteira (sem entrar em detalhes, mas quase deixei meu namorado viúvo antes do casamento... se pelo menos eu fosse ser a viúva da história, talvez eu não tivesse desistido da atividade, rs). Mas eu devo confessar, eu sou "o marido" na história... fico super aguniada com um carro cangueirando ou simplesmente na frente do carro que estou por muito tempo, hehehehe (eu disse, sou um perigo consciente, talvez se eu continuasse dirigindo, tb estivesse com a carteira suspensa ouvindo o namorado xiar...). Você está certa, dirija assim mesmo, o quanto quiser, e o marido que se aprume pra num dar deixa assim... ele podia ter dormido sem essa, rs.

    Adorei o texto.

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  2. Oi, Vany!
    Não sei nem como cheguei aqui, mas amei este teu post, pq estou na mesma situação, o digníssimo com a carteira suspensa e eu de motorista tempo integral. Mas gostei demais da maneira como escreveste. Me dá mais umas dicas sobre o CCMDLM: Código de Conduta das Motoristas que Dirigem ao Lado do Marido.
    Amei!
    Bjim.

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  3. Mari,

    Pode deixar, me manterei firme no principio de não cometer atrocidade, pelo menos no transito...rs

    Bjs

    Rosa!

    Bem vinda sempre...pode deixar que aos pouquinhos divulgarei mais artigos do CCMDLM...kkkk
    Bjs

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  4. Relutei, juro! Fiz um enorme exercício de imersão para enfim criar coragem de colocar minha versão. Confesso, ser co-piloto é um saco! Se tu se mantém imóvel, estático e ate sonolento, tu não é parceiro, se tu freia, acelera, e tenta impor sua forma ja bem viciada de dirigir, tu também não é parceiro. Enfim, seria um contra-senso dizer que, a bordo de um 2.4, tendo a frente um potente Celta 1.0, euzinho, estaria confortavelmente esperando pelo melhor momento de ultrapassar, ate porque, ultrapassar um 1.0 no alto de seus 5000 giros, nao é uma tarefa nem um pouco complexa. O complexo é estar impotente ao lado da consciente motorista. Coisas de homem, que nasceu, viveu e correu pelos autódromos paulistas, enfim,ser co piloto é mesmo uma tarefa ardua. E ainda me perguntam porque nao tenho um segundo filho?? Minha dignissima responde com sapiencia: Deixa eu terminar de criar meu marido primeiro... E tenho dito!

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