quarta-feira, 24 de junho de 2009
Quando eu era criança minha mãe me matriculou no balé.
Odiei de cara. Cheguei em casa dizendo que havia achado aquele negócio de ficar segurando a uma barra, agachando e levantando um aula inteira, um tédio.
Devo ter ido a uma ou duas aulas se muito, até que a perspicaz professora comentou com minha mãe que eu não levava mesmo jeito para coisa, e que ao saltar eu tinha a suavidade de um elefante. Salve a professora. Não era mesmo pra mim. Fui jogar vôlei que era mais a minha praia, e embora meu tamanho não favorecesse muito, até que me saí bem e cheguei à seleção de vôlei do colégio. Ponto pra mim, e pro azar da minha mãe nunca fui a bailarina que ela imaginou que eu pudesse ser. Aliás, acho que a figura da bailarina, refletia aquilo que inconscientemente ela imaginava pra mim: que eu fosse uma menina singela, delicada que gostasse de rendinhas, babadinhos, fitinhas e usasse cor de rosa.
Pro desgosto dela, eu odeio rendas, babados e fitas e abomino cor de rosa. Da delicadeza passei longe. Meu negócio era jogar vôlei, carta, ir ao estádio assistir aos jogos do Inter, e quando não ia, ficava roendo as unhas em casa, com o olho na TV e o radinho de pilha colado ao ouvido. Freud explica.
Outro dia minha filha resolveu que queria fazer balé, empolgada com a ida das coleguinhas de classe. Foi a uma aula, e na volta quando eu perguntei como tinha sido o primeiro dia ela me responde: - “Mãe, eu não gostei do balé, queria mesmo era fazer capoeira”.
Não me frustrei, porque assim como ela, eu também não dei pra coisa, e até confesso que achei hilário. Quem sabe uma peça que o destino me pregou pra eu sentir na pele o que minha mãe passou. Se for isso, lamento seu destino, mas achei o máximo à atitude dela.
Não tenho grandes projetos pra minha filha, até porque acho que a gente mal da conta dos nossos próprios projetos, quem dirá querer saber o que um filho fará quando crescer. Muita pretensão.
Meu único desejo é que ela seja livre para fazer suas escolhas. De minha parte farei de tudo para contribuir dando estrutura, mas no mais, quero que seja ela mesma, com seus próprios sonhos e em busca de suas próprias possibilidades.
O caminho que ela escolher não me importa. Me basta que seja trilhado com dignidade e respeito ao próximo. Fora isso, se quiser ser padeira ou astronauta, malabarista de circo ou uma serva da caridade, francamente, não me fará nenhuma diferença.
Odiei de cara. Cheguei em casa dizendo que havia achado aquele negócio de ficar segurando a uma barra, agachando e levantando um aula inteira, um tédio.
Devo ter ido a uma ou duas aulas se muito, até que a perspicaz professora comentou com minha mãe que eu não levava mesmo jeito para coisa, e que ao saltar eu tinha a suavidade de um elefante. Salve a professora. Não era mesmo pra mim. Fui jogar vôlei que era mais a minha praia, e embora meu tamanho não favorecesse muito, até que me saí bem e cheguei à seleção de vôlei do colégio. Ponto pra mim, e pro azar da minha mãe nunca fui a bailarina que ela imaginou que eu pudesse ser. Aliás, acho que a figura da bailarina, refletia aquilo que inconscientemente ela imaginava pra mim: que eu fosse uma menina singela, delicada que gostasse de rendinhas, babadinhos, fitinhas e usasse cor de rosa.
Pro desgosto dela, eu odeio rendas, babados e fitas e abomino cor de rosa. Da delicadeza passei longe. Meu negócio era jogar vôlei, carta, ir ao estádio assistir aos jogos do Inter, e quando não ia, ficava roendo as unhas em casa, com o olho na TV e o radinho de pilha colado ao ouvido. Freud explica.
Outro dia minha filha resolveu que queria fazer balé, empolgada com a ida das coleguinhas de classe. Foi a uma aula, e na volta quando eu perguntei como tinha sido o primeiro dia ela me responde: - “Mãe, eu não gostei do balé, queria mesmo era fazer capoeira”.
Não me frustrei, porque assim como ela, eu também não dei pra coisa, e até confesso que achei hilário. Quem sabe uma peça que o destino me pregou pra eu sentir na pele o que minha mãe passou. Se for isso, lamento seu destino, mas achei o máximo à atitude dela.
Não tenho grandes projetos pra minha filha, até porque acho que a gente mal da conta dos nossos próprios projetos, quem dirá querer saber o que um filho fará quando crescer. Muita pretensão.
Meu único desejo é que ela seja livre para fazer suas escolhas. De minha parte farei de tudo para contribuir dando estrutura, mas no mais, quero que seja ela mesma, com seus próprios sonhos e em busca de suas próprias possibilidades.
O caminho que ela escolher não me importa. Me basta que seja trilhado com dignidade e respeito ao próximo. Fora isso, se quiser ser padeira ou astronauta, malabarista de circo ou uma serva da caridade, francamente, não me fará nenhuma diferença.
Então tá!
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