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sábado, 20 de fevereiro de 2010

A Suprema Corte: Chefias


14.05.2009

De qual graduação ou curso de especialização saíra o mandamento que haja – mesmo quando não oficialmente declarado – um distanciamento providencial entre chefias e suas equipes?
Contrariando absolutamente tudo que se prega na “moderna administração”, onde se instrui que a proximidade entre as pessoas nas equipes, independente do cargo que elas ocupam, não só é benéfica para os indivíduos, mas para a organização como um todo, o que se vê hoje em dia é o supra-sumo do oposto.
Profissionais cada vez mais enfiados em sua carapuça lotada de atribuições e responsabilidades, limitados a suas tarefas rotineiras e por vezes com um único interesse em comum: o recebimento de seus rendimentos no final do mês, passam seus dias regidos por aquilo que considero “chefias-entidades”. Onipresentes como Deuses supremos, não delegam ordem, mas pregam verdades absolutas, se possível levadas por vários intermediários, para que o assunto torne-se assim quem sabe, mais protocolar e importante.
Desconsiderando a deficiência técnica de alguns profissionais e até mesmo a boa vontade que por muitas vezes é mercadoria escassa em algumas pessoas (até porque isso daria certamente um texto a parte), me causa repulsa e estranheza esse distanciamento.
Há tempos observo em algumas organizações que, assuntos que seriam resolvidos com uma simples conversa direta entre, por exemplo, um coordenador e um assistente, é alvo de uma quase “volta ao mundo” para que o interlocutor consiga passar sua mensagem ao funcionário a que se destina. Burocracia burra por assim dizer, pois não há o que me convença de que, para delegar determinada tarefa, seja preciso cumprir um protocolo digno da corte inglesa, onde se faz necessário que o Gran Chefe, chame o subchefe em sua sala, este por sua vez, passa a instrução ao Analista, que manda o recado ao Assistente.
Sem esquecer é claro, de que, para cumprir o protocolo como um todo, vez e outra o Gran Chefepasseia pelo habitat de seus “subalternos” distantes de seu mundo da sala ao lado, e do alto de sua empáfia desfilando austero e ereto exalando sua imagem de entidade suprema intocável e inabalável.
Ser cortês, educado (a), gentil  e agradável causa algum rebaixamento de cargo?
Fora baixada alguma portaria, ou aprovada alguma medida provisória que diga que é preciso manter erguido os muros da divisa da fronteira entre chefes e funcionários?
Em tempos de modismos indianos, seriam castas inferiores x castas superiores?
Então tá.

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